quinta-feira, 3 de junho de 2010

Caminhos...


Se a vida é uma caminhada, estou na curva.
Autora: Gizele Toledo de Oliveira

“Às vezes, quando se perde, ganha!”
(Autor desconhecido)

“Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!” Bob Marley

“Liberdade não é seguir nossos instintos, mas seguir nossas escolhas.”
(Autor desconhecido)

"Pra cada dia ou pensamento que ferir seu coração, vai existir a recompensa por tudo o que você passou e pra cada sonho que perdeu você encontrará um novo sonho inteiro a seu dispor."
(Autor desconhecido)

“A provação vem, não só para testar o nosso valor, mas para o aumentar; o carvalho não é apenas testado, mas enrijecido pelas tempestades.” (Lettie Cowman)

“Não receies a adversidade: lembra-te de que os papagaios de papel sobem contra o vento e não a favor dele.” (H. Mabie)

“Não há nenhuma árvore que o vento não tenha sacudido.”
(Provérbio hindu)

“Nunca está mais escuro do que quando está para chegar a manhã.”
(Autor desconhecido)

“Às vezes, quando tudo dá errado, acontecem coisas maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo...” (Autor desconhecido)

“Há pessoas que choram por saberem que as rosas têm espinhos; outras há que sorriem por saberem que os espinhos têm rosas.” (Autor desconhecido)

"Onde quer que estejas, esse é o ponto de partida" (Kabir)

“Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais...
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe?!
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei...
E nada sei...
Conhecer as manhas e as manhãs...
O sabor das massas e das maçãs...
É preciso amor para poder pulsar...
É preciso paz para poder sorrir...
É preciso chuva para florir...
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente...
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada
Eu sou...e pela estrada eu vou...
Todo mundo ama um dia..todo mundo chora...
Um dia a gente chega...o outro vai embora...
Cada um de nós compõe a sua história...
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz....
Ando devagar porque ja tive pressa"...
(Almir Sater)

"Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo do que planejando,
vivendo do que esperando..."
(Autor desconhecido)

“Felicidade é igual a uma borboleta:
quanto mais você corre atrás, mais ela foge...
Daí um dia você se distrai e ela pousa em seu ombro!”
(Autor desconhecido)

“Não fico olhando para trás; quem fica, cai." (Tomás Soares da Silva , o Zizinho.)

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Teixeira de Andrade

“Tenho tempo só pra ser feliz.”
Toquinho

"Aquele que não consegue suportar o que é mau, não vive para saber o que é bom."
(Provérbio judeu)

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."
(Cecília Meireles)

“Quem sou eu? Sou a possibilidade de tudo.” (Autor desconhecido)

“O nosso primeiro e último amor é... o amor-próprio” (Autor desconhecido)

"Esses dias cinzas não os passaremos em branco, mas em vermelho, amarelo, laranja, verde, nas tardes choveremos lilás."
(Chandal Nasser)

“Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.”
Fernando Pessoa.

“Como nuvens pelo céu
Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.
São coisas no alto que são
Enquanto a vista as conhece,
Depois são sombras que vão
Pelo campo que arrefece.
Símbolos? Sonhos? Quem torna
Meu coração ao que foi?
Que dor de mim me transtorna?
Que coisa inútil me dói?”
Fernando Pessoa

“Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida
de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a
pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se
entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas
escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las...
...Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das
vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a
resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.”
(Autor desconhecido)

"Uma ostra que não foi ferida não produz pérola."
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

COMO FAZER DIFERENÇA EM 2010

O ano de 2010 começou com muitas tragédias. A Ilha Grande, em Angra dos Reis; a ponte no Rio Grande do Sul; o terremoto no Haiti. Não vamos permitir que 2010 seja marcado pelas angústias! Vamos fazer com que seja um ano marcado pela solidariedade! Faça a sua parte para 2010 ficar marcado como o ano da união, da fraternidade, do amor ao próximo – porque essas tragédias são a nossa oportunidade de demonstrar que amamos nossos irmãos aqui na Terra, que sabemos ajudar uns aos outros.

O desastre que aconteceu no Haiti foi avassalador (veja imagens). O país, que é o mais pobre das Américas, sofreu agora o terremoto que fez desabar seus hospitais, suas escolas, o Parlamento, as casas, os abrigos, enfim, as pessoas não têm para aonde ir. Crianças perderam seus pais. Jovens e adultos sentem a dor do abandono.

Eu, você, nós, todos juntos, podemos estender nossas mãos. Faça a sua parte. Vamos seguir o exemplo de Zilda Arns, a fundadora da Pastoral da Criança, que morreu nessa tragédia, pois estava no Haiti exercendo seu papel, com caridade. (Veja mais abaixo como ajudar.)

Nenhum homem pode existir sozinho. Estamos todos interligados:

“NENHUM HOMEM É UMA ILHA!”

“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. (John Donne – poeta inglês, renascentista)

"Para mim, isso significa que o homem não deve se comportar egoisticamente, deve se relacionar com os outros, pois depende deles para viver. Quando qualquer outro homem morre, ele também morre um pouco, pois depende dele para continuar vivendo. Por isso não deve perguntar por quem os sinos dobram anunciando uma morte, porque também está na realidade anunciando a dele própria." (Luiz Sabra, extraído da Internet)

O NOSSO DESCASO COM A NATUREZA ESTÁ DESTRUINDO NOSSA CASA: O PLANETA ONDE VIVEMOS.

Tantos acidentes naturais não são por acaso. É a natureza se revoltando contra nossas ações. O homem, por ganância, não está se preocupando com o meio ambiente. Daí o aquecimento global, daí as tragédias que alguns assistem pela TV enquanto outros vivem na própria pele.

Comece hoje a salvar o planeta! Com pequenas ações que farão enorme diferença: evite sacolas plásticas; escolha produtos e empresas ecologicamente corretos; separe o lixo; informe-se sobre reciclagem no seu bairro; economize papel, água, energia e todos os nossos recursos naturais; use menos transportes poluentes; zele pelas plantas e pelos animais; denuncie crimes ambientais e contra os animais. Comece dentro da sua casa.

Autora: Gizele Toledo de Oliveira


PARA COLABORAR COM OS QUE SOFREM COM A TRAGÉDIA NO HAITI:

Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
CC: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71

Nome: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
CC: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51

Nome: Movimento Viva Rio
Banco: Banco do Brasil Agência: 1769-8 CC: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28


Fonte: site G1


PARA COLABORAR COM OS QUE SOFREM COM A TRAGÉDIA EM ANGRA DOS REIS:
Veja no site Globo.com

PARA COLABORAR COM A PASTORAL DA CRIANÇA PARA MELHORAR A VIDA DE CRIANÇAS DO MUNDO INTEIRO:
http://www.pastoraldacrianca.org.br/

PARA DAR O PRIMEIRO PASSO PARA MELHORAR O MEIO AMBIENTE:
http://www.reciclarepreciso.hpg.com.br/como.htm

sábado, 12 de setembro de 2009

Sonhos


"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"
Mário Quintana

sábado, 22 de agosto de 2009

Um conto para um fim de semana chuvoso...

Tudo planejado

Tudo planejado. Eu havia guardado meu caderno de poesias na mala, junto do meu cobertor e do relógio. Ah! E é claro! Eu não poderia me esquecer do guardanapo. Vasculhei meu armário em busca de algum objeto importante que eu pudesse estar deixando para trás, mas não encontrei mais nada. Pendurei a mala no ombro e atravessei a porta, no entanto, hesitei e quis voltar. Dei mais uma espiada pelo meu quarto, passei os olhos ao redor. Não, não faltava coisa alguma e saí, mas fui embora ainda com a sensação de que havia esquecido alguma coisa. Já ia escurecer e eu precisava acelerar ou não iria dar tempo de fazer tudo conforme eu queria. Fui embora de casa deixando a porta destrancada de propósito. Desse modo, o primeiro que aparecesse não teria problemas para entrar. Provavelmente, logo chegaria alguém desesperado por uma pista. E eu não queria dificultar o trabalho de quem quer que fosse. Eu já não estaria mais aqui mesmo e, para mim, pouco importava o resultado disso tudo.

O elevador demorou mais do que de costume e resolvi descer pelas escadas. Aquelas câmeras malditas estavam por toda parte, filmando cada degrau que eu descia, gravando minha ida para o poço. Estavam sendo registrados os últimos momentos de uma vida ingrata. Ali, descendo e olhando para as escadas cinzas, ficava com a idéia fixa no circuito interno de vídeo e me lembrava de que nada poderia me proteger de mim mesmo. Reconheci, naquele momento, a minha própria loucura: eu sempre preferi as surpresas, ainda que fossem amargas. Essa era a minha loucura e também a minha contradição. Quem diria que seriam as próprias surpresas amargas que me fariam desistir de tudo? Justo eu que sempre achei que me conhecia e que seria incapaz de fraquejar e me entregar! Eu me traí.

Eram dez horas da noite quando finalmente cheguei naquele bairro sombrio, mas cheio de prédios enormes. Milhares de moradores, muitas vidas, mas ninguém na rua, exceto um mendigo com quem esbarrei. Era um velho que me fuzilou com os olhos quando eu ia passando. O olhar penetrante daquele ancião incomodou-me e eu tentei livrar-me dele, mas já era tarde... sua imagem ficou comigo e carrego ainda em minha lembrança seu semblante bem nítido. Aquele homem parecia saber de alguma coisa. De alguma forma, ele lia meus pensamentos e eu tive a certeza de que ele suspeitava do que eu ia fazer.

Procurei o mapa no bolso e nada! Ah! Eu sabia! Sabia que estava esquecendo alguma coisa! Revirei a mala e nada. Mas agora já era tarde e eu não poderia mais voltar atrás. Eu lembrava mais ou menos o nome da rua, sabia o número e o mais importante: eu já havia estado ali antes. Fazia muito tempo, mas eu tinha que encontrar o lugar, tinha que ser lá. Então, eu andei e fui procurando. Fui acelerando meus passos por aquelas ruas escuras, enlameadas, tentando seguir a intuição, lembrando aqui e ali de algum detalhe, de algum parque ou mercado que pudesse me orientar. Mas estava tudo muito mal iluminado e eu mal conseguia enxergar os letreiros e os números. Andei por uma hora e não encontrei mais ninguém. Estava ficando muito frio, mas, por sorte, como que por mágica, eis que surge diante de mim o local perfeito para a minha experiência! Exatamente onde planejei. Era um prédio altíssimo que havia sido abandonado por uma construtora irregular.

Era ali que eu iria morar se todos os nossos planos não tivessem ido pelos ares. Nunca fui indenizado. Alimentei meus sonhos e tudo virou poeira como aquela que encobre as paredes daquele miserável edifício. Tinha que ser ali. Foi onde tudo começou; era onde eu havia determinado para ser o fim. Sem surpresas, porque, a essa altura, eu já havia contrariado todo o meu propósito de vida. Planejei e fiz questão de armar tudo para que não houvesse falhas.

Eu e Elisabeth planejamos família e uma vida e tanto. Sonhávamos em morar juntos naquele prédio, em um apartamento que custamos tanto a escolher. Não que pudéssemos nos dar ao luxo de fazer grandes escolhas; na verdade, foi difícil encontrar um imóvel que pudéssemos comprar. Nós tínhamos, é certo, algum dinheiro... o suficiente. Mas vivíamos fazendo economias para realizar nossos sonhos quanto antes. É... houve o tempo em que tínhamos pressa. Mas agora eu pensava: “para que a pressa? Não se vai a lugar nenhum mesmo...”

Peguei o caderno. Nele, eu havia escrito para minha querida Lisa. Eram poemas feitos na juventude, quando eu morria de amores por ela tanto quanto morro ainda hoje. Eu já sabia quase todos de cor, mas fazia questão de tê-los comigo naquelas folhas rabiscadas. Preferia ler a declamar, porque cada traço, cada letra, cada linha me transportava de volta àqueles tempos em que escrevia poesias e achava que a vida era doce. Gosto de abrir o caderno e me lembrar das vezes em que ela lia meus versos. Lisa mal sabia que era ela o próprio verso.

Fui folheando o caderno até que cheguei à página do meio. "A página do meio marca o fim da minha vida, que não se acaba hoje, mas acabou-se naquele dia", falei comigo mesmo. Foi quando eu escrevia a última linha daquela manchada página do meio que eu recebi a notícia. Depois, todas as folhas permaneceram em branco. Nunca mais escrevi poesia. Sucumbi aos horrores da angústia de perder o amor da minha vida.

Debrucei-me sobre o caderno e me derramei em lágrimas como um menino perdido. O caderno borrado depois de tanto chorar sobre ele, comecei a esbravejar e não pude entender naquele momento o vazio que me preenchia. Parecia que me faltava o coração. Passei os últimos anos arquitetando a morte corajosa que encerraria com tudo por vez. Poderiam julgar-me um perdedor, mas eu acreditava que já levava uma vida covarde desde que meu amor se foi. Eu precisava de um único ato de coragem: parar de proteger a mim mesmo. Precisava dar um fim àquela vida vazia.

Eram onze e meia. Meia-noite eu iria me jogar. Fui subindo as escadas apodrecidas daquele prédio gigantesco. A cada andar, a agonia aumentava, parecia que me haviam estraçalhado a alma e um frio na barriga me consumia. Pela primeira vez naquele dia, senti medo. Tive dúvida do que fazia, mas eu não poderia abrir mão de tudo que planejei durante anos. Queria uma morte que fosse um ato de amor. Que significasse algo para mim e que Elisabete pudesse compreender, onde quer que estivesse. O prédio, o caderno, o guardanapo com seu telefone... foi o pouco que restou de nós... ela entenderia. Mas, naquele momento, tive dúvida. Comecei a pedir um sinal. Pensei na Lisa e mentalizei bem forte que precisava acabar com aquilo tudo. Que eu iria até o fim, que depois do fim não haveria mais dúvida. Ainda assim, permaneci confuso, o peito apertando, a garganta doendo e um choro contido me remexendo por dentro.

Cheguei até a cobertura do prédio. Estava muito frio. Recostei-me sobre uma laje, tirei o cobertor da mala e me cobri. Precisava esperar a hora marcada. Coloquei o relógio do meu lado e fiquei observando os ponteiros e contando os segundos que passavam. Tentei fazer minha última reflexão sobre a vida para tentar levar comigo algumas poucas lembranças. Mas era tudo tão confuso em minha cabeça... não conseguia ordenar os pensamentos! Então, peguei o caderno e comecei a ler a fim de acalmar minha mente e voltar a ter aquela certeza tranqüila de que iria fazer algo que realmente desejava. "Não deveria mais estar aqui! Se ela não merecia viver, eu menos ainda", eu pensava. Com o caderno em minhas mãos novamente, comecei a devorar aquelas palavras como antes. Conforme lia, ia me lembrando do meu amor e me entregando novamente ao sofrimento.

Quase na hora. Eu enrolado em um cobertor surrado, na cobertura de um prédio abandonado, num bairro em que ninguém me conhecia. Levantei-me e subi na mureta. Sem pensar em nada, olhei lá para baixo determinado a me jogar como um herói que salta de um edifício e sabe que vai voar. Eu voaria para a liberdade.

Foi então que o despertador tocou. Era meia-noite conforme eu havia programado. Deveria me jogar naquele exato momento. Não queria uma morte datada. Meia-noite em ponto não é um dia, nem o outro. É a transição. Aquela hora marcaria a minha transição desta vida para o além. No entanto, subitamente, aquele despertar do relógio, aquele barulho me fez recordar Elisabete. Ela sempre dizia que detestava despertador. Gostava de acordar com o sol. Lembrei-me de um dia em que, quando meu despertador tocou, ela disse: “O sol me acordou em silêncio. Pode um relógio marcar as horas da sua vida? É Deus quem marca as horas da sua vida. E olha que sol lindo Ele escolheu para acordar você!” Ela apontou a janela e sorriu-me.

Quando me lembrei daquele breve momento, percebi como um instante pode ser tão eterno. Desci da mureta e me detive ali petrificado com aquela lembrança. Deitei-me sobre um pequeno monte de terra e me cobri novamente esperando o sol do novo dia. Decidi reescrever minha história. Elisabete continua mudando os rumos da minha vida...

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).

sábado, 4 de julho de 2009

Michael Jackson além da música


Deus estava precisando de um anjo no céu. Veio buscar aquele eterno menino: Michael Jackson, aclamado pelo público, muitas vezes injustiçado pela imprensa, e outras vezes merecidamente reconhecido como Rei do Pop. Por trás do pop star famoso no mundo inteiro, havia um ser-humano puro, com um coração enorme, praticando muita bondade, e despertando o encanto e a admiração das pessoas que o cercavam.

O olhar, chamado de espelho da alma, nele se mantinha sempre brilhante, reluzindo a criança que havia em seu interior. Seu sorriso resplandecia a doçura infantil. Assistindo a entrevistas, documentários, programas de TV de que participou ― quando estava cara-a-cara com o entrevistador ―, qualquer pessoa sensível pode perceber que Michael era muito puro e ingênuo. Então, posso imaginar que muita gente tenha se aproveitado dele, de todas as formas, sugando seu dinheiro, seu suor, suas noites de sono, sua paz e tranquilidade.

Privado de uma vida normal, devido ao desrespeito das pessoas pela vida alheia, pela privacidade e sossego do próximo, sufocado pela infância perdida e sem sequer liberdade para ir e vir quando adulto, Michael construiu seu próprio mundo em Neverland e, mais uma vez, foi incompreendido. As atrocidades das quais o acusaram só existiam na cabeça das “pessoas grandes”, não na mente infantil de Michael Jackson.

Fico imaginando como fica a cabeça de uma pessoa sensível, pura e ingênua ao se deparar com um mundo cruel, traiçoeiro e violento, cheio de pessoas perspicazes que só visam “se dar bem”, e ainda ficar bilionário e ser idolatrado sem um preparo, sem uma base. É demais para uma pessoa só. Aquela criança não poderia aguentar. O mundo matou Michael Jackson. E o matou ainda na infância.

É a morte de um ídolo, de um mito da música, da dança, dos videoclipes, mas é também a morte daquele menino que tentava melhorar a vida de milhões de crianças em todo o mundo, que sonhava com um mundo melhor, que adorava estar na companhia de outras crianças, para simplesmente brincar, sorrir e ser tratado como igual.

Assistindo ao documentário Living whith Michael Jackson, fiquei surpresa ao vê-lo dizer que não queria ser enterrado, mas que gostaria de viver para sempre. Claro, mas era tão óbvio: crianças desejam viver para sempre. E seu desejo será realizado, Michael, você viverá para sempre em nossos corações, em nossas mentes, através das gerações, por toda a história.

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).

Este texto foi publicado em O Globo on line: clique aqui.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nova cirurgia promete mudar a cor dos olhos



Você mudaria a cor dos seus olhos?
Estaria disposto a correr riscos?

Há uma novidade surreal na medicina: a mudança da cor dos olhos por meio de cirurgia de "Implante Artificial do Diafragma da Íris".
Será que as lentes de contato coloridas irão se tornar pré-históricas? Será que o aspecto não fica artificial? Será que, em um futuro próximo, teremos pessoas com olhos não só azuis, verdes, caramelo, castanhos, mas também vermelhos, roxos, laranja, rosa, amarelos?

Ainda não sei se isso se trata de algo seguro ou não. Será que o procedimento pode cegar? Eu teria muita cautela... não arriscaria meus preciosos olhos só por uma causa estética. A minha visão é muito importante. Através dos olhos, eu leio o mundo. E pelos olhos capto imagens que me proporcionam sensações, emoções.

Quem sabe daqui a muitos anos, quando o procedimento se tornar algo corriqueiro e seguro...

Leiam mais sobre esse assunto:
Site original em iglês: New Color Iris
Outro site em português: Dr. Visão

Por que dá para perceber quando alguém usa lentes de contato coloridas?
Isto aprendi com minha irmã: Porque a coloração da lente de contato seria como um vidro de relógio, fica por cima, enquanto nos olhos naturais, a coloração natural fica na íris, como se fosse aquela parte do relógio onde ficam os números, ou seja, por trás do "vidro", no fundo. E a cor dos olhos é dada por maior ou menor quantidade de melanina. Quanto menor a quantidade de melanina, mais claros são os olhos e se aproximam da cor azul. Já, quando há muita melanina... arf! rs rs rs

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).

sexta-feira, 1 de maio de 2009


Não gosto de pássaro engaiolado
Peixe em aquário
Pés calçados
Bebês em creches
Crianças de castigo
Água no copo
Flores em jarros

Gosto de pássaros quando visitam meu jardim
De peixes quando nadam nas profundezas do oceano
De pés que pisam o chão descalços
De bebês que engatinham na descoberta do mundo
De crianças que sobem em árvores
De água correndo pelo rio
De flores no campo

O único aprisionamento possível
é o das palavras no papel,
para que se libertem em seguida
nas mentes que a elas se entreguem.

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).