quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Uma reflexão sobre o livro 3096 Dias, de Natascha Kampusch, a austríaca que foi sequestrada e permaneceu em cativeiro dos 10 aos 18 anos, passando toda a adolescência isolada do mundo.




“A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.” Mahatma Gandhi

3096 Dias é um livro que nos prende em um cativeiro. Do início ao fim, não conseguimos escapar. É uma história intensa, dolorosa e cruel, que nos deixa sem ar. Fiquei presa, mas eu só precisei de seis dias, entre uma e outra tarefa cotidiana, para terminar a leitura e poder respirar aliviada novamente. Já a autora, precisou de 3096 dias para conseguir se livrar das amarras externas e internas às quais foi imposta. Depois de oito anos e meio presa a um sequestrador, conseguiu fugir – e o mais impressionante: sem enlouquecer. Repleta de juízo, discernimento e olhar crítico sobre tudo o que se passou e sobre a sociedade em que vivemos, Natascha Kampusch nos leva a uma viagem às nossas verdades ocultas, aquelas que muitas vezes não sabemos enxergar em nós mesmos.

Antes de tudo, 3096 Dias é uma história sobre a natureza humana, na sua mais profunda essência. Para Kampusch, o sequestrador não é um monstro, mas uma criação, uma consequência e até mesmo um reflexo da sociedade. Mais que isso: ele é um de nós. A idéia é ousada e desce a seco. Mas Natascha fundamenta sua teoria e nos convida a ponderações. A autora, que se recusa a continuar sendo colocada no papel de vítima, refuta a ideia de que tenha sofrido da Síndrome de Estocolmo - um estado psicológico em que a vítima busca se identificar afetiva e emocionalmente com seu algoz como mecanismo de defesa e proteção. Kampusch critica o maniqueísmo e contesta a existência de pessoas boas e pessoas ruins, o bem lutando contra o mal, enfim, ela acredita nas nuances, vê que nem tudo é mau em uma pessoa que comete uma má ação e nem tudo é bom em uma pessoa que faz boas ações. Muito mais lúcida é a autora em sua avaliação mais abrangente do que aqueles que, num julgamento simplista, tentam reduzir seus questionamentos a uma síndrome.

A autora acorda o leitor para o fato de que não existe um mundo divido entre pessoas boas e más e que essa é apenas uma ilusão criada para nos dar o conforto de estar no primeiro grupo. Assim, precisamos personificar o mal, e o mal precisa ser tão mal que não guarde nenhuma semelhança conosco. Com esse argumento ela encontra justificativa para que os noticiários após sua fuga tenham sido tão sensacionalistas, incluindo dados mentirosos sobre as crueldades do sequestrador, como se tudo o que ele fez não fosse o suficiente, como se ele tivesse de ser ainda pior para se distanciar completamente da imagem que temos de nós mesmos. Entre as truculências divulgadas, estavam as notícias do sequestrador como um explorador sexual, sendo que ela afirma que, em todos os anos do cativeiro, não sofreu violência sexual.

Mas, o mais importante é que este é um livro que nos faz ficar perplexos diante das diversas facetas do ser humano - que é capaz de resistir, enfrentar e reagir mesmo imerso na mais dura realidade. Um criança de 10 anos de idade é sequestrada, mantida em cativeiro abaixo da terra, no subsolo, no porão, como que enterrada viva. É trancada num cubículo sem janelas, vendo-se sozinha e indefesa ao apagar das luzes. Dias seguidos sob a luz constante de uma lâmpada ininterruptamente acesa; dias seguidos na escuridão, com a única lâmpada mantida apagada por dias a fio, para transtornar o ritmo biológico, atrapalhar o sono, a fome, o raciocínio. Dias inteiros sem se alimentar. Racionamento de água e comida até a subnutrição. Trabalho duro e forçado. Espancamentos. Humilhações verbais e físicas. Ser subjugada até o limite da morte. Natascha Kampusch viveu os 8 anos e meio de cativeiro sob o olhar e vigilância constante do sequestrador. Dos 10 aos 18 anos. Passou toda a adolescência tendo o sequestrador Wolfgang Priklopil como o único ser-humano de sua convivência. Como alguém que passou por tão severas privações pode continuar caminhando firme e forte em direção a um futuro melhor? A esperança permaneceu no coração de Natascha por todo aquele tempo, entre quedas e recuperações. Mesmo entre castigos, sofrimento físico e psicológico, Natascha manteve-se confiante e muitas vezes resistiu às ordens do sequestrador, dando voz à sua própria vontade. E ainda usou de sua inteligência para, algumas vezes, manipulá-lo e obter o mínimo necessário a sua sobrevivência e a sua estabilidade emocional.

3096 Dias é um livro sobre a força do ser-humano, a coragem sobrehumana que temos e que vem à tona quando nos encontramos diante de situações que pensamos não ser capazes de suportar. Natascha prova que somos capazes de muito além daquilo que imaginamos. Aguentar dores e tristezas intensas, superar mágoas e rancores profundos - tudo é possível quando ainda há vontade de viver e de ser feliz. Acreditando que um dia encontraria a sua felicidade de novo, Natascha se apegou aos parcos momentos de pequenas felicidades e se distanciou de si mesma nos momentos mais lamacentos. Via-se de fora, como se o sofrimento estivesse sendo acometido a uma outra pessoa que não ela - artifício da mente para suportar a amargura e a dor pungente. A mente humana é capaz de feitos incríveis, podemos criar e recriar a nossa realidade. Quantas pessoas sentem ou já sentiram medo do escuro? Enquanto crianças fugiam para a cama da mãe no meio da noite, uma pequena menininha chamada Natascha Kampusch pôde suportar estar num lugar estranho, tendo sido jogada lá por um homem desconhecido, tendo de dormir e acordar na completa escuridão sem sua mãe para abraçar. Desesperou-se, mas se aguentou. Sem escolha, teve de se sustentar. Usou de sua imaginação para passar as horas. Apegou-se a lembranças queridas para transportar-se no espaço e no tempo. Profundos mistérios guardam a mente e a alma humanas! Não sabemos onde se esgota a sua imensa capacidade.

A garotinha de rosto angelical que se fez mulher com o passar dos anos no cativeiro nos faz refletir sobre nós mesmos. Depois de alguns anos de sofrimento extremo, Natascha teve algumas oportunidades de escapar, mas não o fez. Somente depois de completar a maioridade deu o passo definitivo e necessário à sua liberdade. Natascha fala que, depois de um tempo, a prisão psicológica tinha muros muito mais intransponíveis do que os do cativeiro. Até o ponto de o sequestrador colocá-la do lado de fora da casa e dizer: "- Vá". E ela não deu sequer um passo. A prisão psicológica à qual o sequestrador a submeteu era formada por muros demasiado altos, aos quais ela não tinha forças para ultrapassar. E Priklopil sabia disso. A atitude de colocá-la diante da porta era não mais que uma provocação: ele queria ter certeza de que seu experimento havia dado certo. O sequestrador havia construído na mente daquela garotinha muros tão altos que a fuga se tornava algo cada vez mais distante e irreal. Muros psicológicos construídos com base na crença de que o mundo lá fora não a queria de volta, os pais estariam felizes por não tê-la mais por perto, ela não era boa o suficiente para nada, ela não servia, ela não prestava, então, tinha de ser grata ao homem que a criava em cativeiro. Ideias incutidas na mente da menininha por aquele homem em suas atitudes perversas.

Mas, Natascha faz questão de ressaltar que nem tudo era brutalidade naquele homem. Em sua mente doentia, ainda havia espaço para pequenas demonstrações de carinho e atenção. Pouco a pouco, ele transparecia suas frustrações com sua própria vida, sua solidão, seus próprios medos e desesperos particulares. De certo modo, ele também se sentia sozinho, isolado, perdido, abandonado à própria sorte, como se o mundo não fosse receptivo a ele. Talvez não tivesse sido amado na infância. Talvez a sociedade não o olhasse de perto o suficiente para que ele próprio se sentisse inserido num contexto. De fato a sociedade não o via, não o percebia, não lhe dava a devida atenção, tanto que nesses anos todos nunca um vizinho, um amigo, um familiar ou um colega de trabalho, nunca ninguém percebeu algo de estranho no olhar, nas atitudes, na angústia daquele homem. Ou, quem sabe, talvez tivessem afirmado: “- Não é problema meu”.

A sociedade cria muito mais monstros do que destrói. Se era doente, necessitava de tratamento. Se cresceu sendo rejeitado, talvez um carinho e um amor o tivessem salvado e mudado seu destino e o destino de quem mais tarde atravessou o seu caminho. Se não tinha salvação, ao menos um olhar mais atento o teria percebido e descoberto seu crime. Estamos todos preocupados demais com nossas próprias vidas, nossos próprios interesses. Ocupados demais para olhar para o lado e perceber um olhar aflito. Damos “bom dia” aos nossos vizinhos com tanta indiferença que a distância entre nossas mãos parece ser um obstáculo intransponível. Quando foi que começamos a abrir abismos entre nós? Quando foi que começamos a construir nossos próprios cativeiros?

A porta da liberdade se colocou diante de Kampusch algumas outras vezes, anos antes de sua fuga, mas ela permaneceu trancada em si mesma. Quantos de nós já não agimos assim? Conseguimos perceber um caminho para nossos sonhos, uma luz no fim do túnel, um futuro melhor, um passo importante que temos de dar em direção à nossa liberdade, mas temos medo ou não temos tempo para nos dedicar ao propósito, ou arranjamos desculpas para não fazê-lo, e adiamos a nossa empreitada. Não só a Natascha, mas nós também adiamos a nossa fuga. A porta se põe aberta diante de nós e nós apenas a assistimos estáticos, vendo-a bater em seguida. Perdemos a oportunidade. Perdemos nossa grande chance. Teremos que suportar mais um pouco, lutar mais um pouco e tentar ser mais fortes da próxima vez.

Quantas vezes na vida não nos sentimos assim? Quem nunca se sentiu impotente? Algo de que necessitamos desesperadamente apresenta-se diante de nós, mas não nos sentimos preparados e fortes o suficiente internamente para alcançar. Um sonho, um objetivo, um desejo. E continuamos inertes. Sabemos que precisamos parar de procrastinar e que o momento de agir é aqui e agora. Sabemos. Mas o que nos impede? Nossos muros internos. Um dia Natascha amadureceu suas ideias e, em seu despertar, pôde enxergar esse muro com tanta clareza que decidiu que seria necessário destruí-lo. Teve consciência de que havia sido manipulada e forçada a se sentir reduzida a um nada. Teve ânimo para emergir. Sentiu-se forte para derrubar os muros que haviam sido construídos ao longo de tantos anos. Foi esfarelando os muros internos, buscando força interior para irromper para a vida, pois continuar no cativeiro não seria mais possível. Chegou a um ponto em que se tivesse de passar a vida inteira confinada, preferiria a morte. Nastascha escolheu a vida. E conquistou sua liberdade. Vestiu-se de um esforço colossal, terminou de retirar o último tijolo do titânico muro interno e, na oportunidade seguinte, simplesmente, fugiu.

Ao escapar, encontrou um mundo repleto de estímulos, aos quais já havia se desacostumado. E teve de reaprender a viver do lado de fora, reaprender a conviver com outras pessoas, depois de tanto tempo conhecendo somente um único ser humano, cuja mão que lhe maltratava e prendia era a mesma que lhe fornecia alimento. Aquele que lhe havia privado de uma vida normal era o mesmo de quem dependia a continuidade de sua vida. Com todo esse dualismo Natascha teve de lidar, na fase mais sinuosa da vida humana: a adolescência.

Mas, depois da fuga, já fora do confinamento, Nastacha se viu em novo cativeiro. Descobriu que o mundo não é um lugar para se viver livre. Entendeu que liberdade é algo que não existe, não da forma como ela imaginou. Estamos todos nós presos em um imenso cativeiro, que às vezes parece mais apertado, às vezes mais amplo. Sendo sufocados por olhares críticos. Obrigados a nos conduzir desta ou daquela forma publicamente, diante dos olhares desconfiados ou arrogantes dos vizinhos. Natascha, mesmo que contra a sua própria vontade, tornou-se uma pessoa pública. No dia de sua fuga, a imprensa ocupou todo o pátio da delegacia e esperava por ela. Ela seria notícia em todo o mundo. Do lado de fora, teve de se tornar novamente prisioneira, protegendo-se da curiosidade excessiva do público e da mídia. Desta vez, não seria mais possível fugir. Para aonde ir? A imprensa a acompanhava em seu encalço. Tornou-se novamente refém. Refém como todos nós, por vezes, somos: da inveja, da indiscrição alheia, da fofoca, do medo de sermos julgados, da superexposição. Refém dos preconceitos, das regras sociais e até mesmo da maldade. Não da maldade personificada, encarnada pela figura do sequestrador - o “mau”. Mas da maldade que existe dentro de cada pessoa. A maldade que não se vê ao olhar no espelho, a que fica encoberta. As pequenas maldades do dia-a-dia, pecadinhos pequenos e confessáveis, mas que às vezes afligem o nosso próximo. Natascha nos mostra que, acima de tudo, somos reféns da hipocrisia.


É tempo de derrubar muros

O crime contra Natascha Kampusch não é único na história. Como ela, quantas outras crianças e adultos podem estar sofrendo neste momento o mesmo horror? No sequestro e cárcere de Kampusch, não houve cúmplices. Priklopil agiu sozinho. Não só de gangues vive o crime. Priklopil possuía vizinhos. Ninguém desconfiava. Ele tinha um emprego. Ninguém notou nada de errado. Ele ia ao shopping, ele viajava, ele fazia compras, ele tinha um amigo, ele tinha uma mãe. Ninguém o olhou com a devida atenção, senão poderiam ter reparado que algo estava fora dos eixos. Crueldades terríveis podem ser evitadas ou ter sua continuidade interrompida se aprendermos a olhar no nosso entorno com mais cuidado. Se a polícia sozinha não pode desvendar todos os crimes, nós precisamos nos despir de nossas vendas e olhar o nosso próximo olho no olho, não mais superficialmente, mas olhar no fundo da alma. Conhecer nossos vizinhos. Conhecer as pessoas que nos cercam. Conhecer nossos colegas. Olhar com atenção, carinho, amor, compaixão, solidariedade, amizade, como irmãos no mesmo barco do mundo. Ao olhar, podemos ajudar alguém que notamos precisar de um simples auxílio. E, numa perspectiva mais ampla, podemos vir a perceber alguém que precisa de uma intervenção maior. Prestar atenção no próximo é uma atitude para o bem e proteção da nossa própria família, para o bem de toda a comunidade e de todo o mundo.

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).

Serviço:
Livro: 3096 Dias
Autora: Natascha Kampusch
Editora: Verus - Grupo Record
1ª Edição / Ano: 2011/ 225 páginas
Preço médio: R$ 28,00

7 comentários:

  1. Gizele, seu texto também me prendeu! E as quatro páginas e meia (era isso?) não me assustaram nem um pouco. Parabéns!

    É impressionante e assustador como todos nós somos, de alguma forma, responsáveis por tudo que acontece no mundo. Pode parecer que não mas, como você disse, se olharmos com atenção, carinho, amor... para nossos colegas e também para o planeta, podemos tomar novo rumo.

    O triste é que é muito difícil. Requer muita vigilância de cada um para si mesmo. Bom, pelo menos eu acho. Por outro lado, o bom é que temos sempre a oportunidade.

    Agora, caramba, como ela conseguiu amadurecer sem ter contato nenhum com outras pessoas? E sem ter ninguém para conversar, aliviar a dor... Impressionante.

    ResponderExcluir
  2. Pois é, Adriana... Tenho para mim que ela talvez tenha conseguido amadurecer graças ao poder da leitura. Ela continuou lendo livros dentro do cativeiro e leu muito mais livros que nós duas juntas.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns Gisele, não li o livro mas fiquei curioso de lê-lo ao ler seu texto. Você o resumiu de forma que cativou minha atenção. Apreciei também o paralelo que você traçou entre o cativeiro de Natascha e o nosso cativeiro diário.

    ResponderExcluir
  4. Oi, Gizele! Muito pertinente o assunto que vc escolheu e os pontos ricamente levantados: me mostra o quanto vc é sensível e se sensibilizou pela estória. O seu texto me fez sensibilizar também pela pessoa dela.

    De fato, é impressionante que ela tenha conseguido se restruturar internamente, ou melhor, ter tido a consciência da necessidade de fazê-lo para sobreviver, ainda mais passando por isso em uma idade tão tenra. Com certeza, ela não é uma pessoa comum. Com certeza quando ela se livrou do seu algoz, já era uma mulher com uma personalidade altamente independente, forte e lúcida.

    Só não colocaria o carrasco como vítima da sociedade: para mim ele é um prisoneiro de si mesmo. Se ninguém o notou é porque ele se escondeu. Ele podia estar sido cercado e criado por pessoas indiferentes e frias? Talvez. Mas ele optou pela covardia, se encondendo e jogando toda sua frustação violentamente em uma criança.

    Se ela, ainda assim, se afeiçou à ele, enxergando sua fragilidade, é por ser uma pessoa muito nobre, pois a maiorida de nós não conseguiria transcender tamanho sofrimento. Por outro lado, ela aprendeu a lidar com ele, afinal foram 10 anos, período em que foi se fortalecendo, conseguindo assim adquirir um distanciamento.

    Mas interessante notar que com uma coisa ela não contava ao sair do cativeiro: por viver isolada , idealizava o mundo fora do cativeiro e projetava nele seu justo sonho de liberdade, porém, se decepcionou ao se deparar com uma realidade falsa e camuflada.

    Realmente interessante o seu texto!


    Bjs,
    Michael

    ResponderExcluir
  5. Excelente post. Estou decidida a adquirir esta obra. Depois que li o livro da Ingrid, e de ter lido tantos de Nelson Rodrigues, ambos que demonstram essa faceta de bom e mau, como uma divisão nítida que na verdade não existe, mudei minha forma de pensar e realmente, vivemos em um mundo hipócrita, presos por medos e por regras. E quando fugimos a elas, somos vistos como alguem excepcionalmente estranho, e nos presenteiam com pena, asco e preconceitos, até que nos sujeitamos a viver na prisã novamente.

    ResponderExcluir
  6. Gisele, terminei a leitura do livro e agora consigo afirmar plenamente que seu texto está coerente com o conteúdo do livro.
    É um livro impactante e que as vezes o seu teor parece não ser real pela perversidade a que foi submetida Natascha.
    As vezes parece inverossímel que alguém tenha suportado tantas agressões físicas e psicológicas e tenha saído deste pesadelo com a capacidade de analisar de modo analítico e isento aquilo por que passou.
    Em algumas partes precisei parar para "respirar" e assim conseguir continuar pois a degradação humana descrita no livro se torna pesada para um leitor que se coloca no lugar da Natascha.
    Um dos pontos que me chamou também a atenção é como a sociedade dita de primeiro mundo, apeser de pouco divulgado, comete deslizes que acreditamos só acontecem nos países sub-desenvolidos: polícia incompetente em investigar, acorbertamento dos erros policiais, rigidez tirânica no tratamento com as crianças, mídia marrom etc.
    Outro ponto que me levou a refletir mais uma vez é sobre como as crianças são indefesas e reféns do comportamento dos adultos, ditos normais, sofrendo psicologicamente e fisicamente pelos atos dos que deveriam educá-las e prepará-las para construir uma sociedade mais equilibrada e justa.
    Enfim, concordo com a tese da existência de cativeiros mentais que nos impedem de agir na busca da nossa felicidade.
    Quando vc descobrir outro livro do mesmo nível deste favor sugerir, pois adoro ler tmb.

    ResponderExcluir
  7. Gizele, quantas obras você já publicou? não perca tempo, você escreve com maestria, prendeu minha atenção e me emocionou. Um beijo e parabéns.

    ResponderExcluir

E aí? O que achou? Participe! Deixe aqui seu comentário!
(Para comentar, escolha o perfil NOME/URL. Preencha com seu nome. Deixe em branco o campo URL. Clique em CONTINUAR. Redija o comentário e clique em POSTAR COMENTÁRIO. Caso dê erro, clique novamente em POSTAR COMENTÁRIO.)