Cheguei a Paris. E naquele primeiro instante, vi a torre crescendo acima de meus olhos. Eu comecei a chorar. Era a torre. Mas também era mais. Era a realização de um sonho. Era alcançar um objetivo. Era conseguir. Eu posso. Eu consigo. Eu estava ali, real e de verdade, dentro do meu devaneio. A sensação foi sublime. E sublime era também a cidade, o ar, o clima, a torre. Aquela gigante linda, majestosa, imponente, brilhava, reluzia, cintilava. Pisca-piscas flamejantes dançavam ao som da música que só eu ouvia. Foi um momento mágico. Saí correndo do automóvel e fui me encontrar com ela. Era para mim que ela brilhava. E eu correspondia. Liguei pros meus pais no mesmo minuto, pra dividir com eles aquele momento, que também era deles. Deslumbrada, eu olhava a Torre Eiffel e queria comê-la, devorá-la, abraçá-la, beijá-la, queria tê-la, levá-la, queria sê-la. Arranquei-a do solo e a vim carregando pelo caminho. O grande monstro de dez mil toneladas nada pesou em minha alma. Guardo-a agora em meu quarto. E a vejo toda vez que eu quero. Paris vive em mim.
Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).