quarta-feira, 15 de junho de 2011

Poesia


Tudo bem que as solas do sapato estejam gastas,
Que as bochechas estejam meladas de tantas lágrimas,
Que as rugas brotem com uma rapidez incrível,
Que a sujeira se acumule embaixo das unhas.
Tudo bem que a mão esteja áspera,
Que as costas doam,
Que os joelhos ardam,
Que o joanete exploda,
Que os pés cansem.
Tudo bem que o coração aperte,
Que o olhar se perca,
Que o pensamento devaneie,
Que a vontade seja incontrolável,
Que o sucesso seja passageiro,
Que a felicidade seja efêmera,
Que a tristeza seja intensa,
Que a decepção seja cruel,
Que a perda seja irreparável.
Tudo bem que a incerteza surja,
Que o arrependimento golpeie,
Que o medo ameace,
Que as flores murchem,
Que o desejo se esvaia.
Desde que alguns sonhos se realizem,
os sorrisos sejam sinceros,
o amor seja puro,
o coração seja grande,
a alma seja limpa,
os olhos sejam flamejantes,
o que mais importa?
Eu vivi!

Autora: Gizele Toledo de Oliveira (direitos autorais reservados).

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